DERE: tudo o que sua empresa precisa saber sobre a nova obrigação fiscal da Reforma Tributária

A Reforma Tributária brasileira vai muito além da criação da CBS e do IBS.

Ela está reestruturando a forma como o Fisco monitora e controla as operações das empresas — com foco em integração digital, dados consolidados e fiscalização em tempo real.

É nesse contexto que surge a DERE – Declaração Eletrônica de Regimes Específicos.

A DERE foi criada para atender a um desafio: permitir o acompanhamento preciso dos setores que continuam com regimes tributários diferenciados e não seguem a lógica padrão da CBS e do IBS.

Setores como o financeiro, o imobiliário e o de saúde têm operações complexas, com particularidades que exigem um tratamento fiscal próprio.

A DERE vem para:

  • Consolidar informações fiscais hoje dispersas em várias declarações.
  • Facilitar o cruzamento automático de dados e detecção de inconsistências.
  • Ampliar a rastreabilidade e o controle das operações por parte do Fisco.

No próximo bloco, vamos detalhar o que é a DERE e como ela vai funcionar na prática.

O que é a DERE e como ela vai funcionar na prática

A DERE – Declaração Eletrônica de Regimes Específicos é uma obrigação acessória digital que será exigida de empresas que operam sob regimes tributários diferenciados no novo modelo fiscal brasileiro.

Na prática, a DERE substitui diversas declarações atuais que hoje servem para prestar contas de forma fragmentada ao Fisco.

O objetivo é consolidar essas informações em um único canal eletrônico, que permita:

  • Envio padronizado de dados fiscais, contábeis e operacionais.
  • Integração com sistemas da Receita Federal para cruzamento e validação automática.
  • Monitoramento mais preciso e imediato das operações dos setores abrangidos.

Diferentemente das obrigações atuais, a DERE está sendo desenhada com foco em:
Transparência em tempo real — o Fisco terá acesso direto às informações-chave das operações, com menos espaço para divergências.
Padronização nacional dos dados — reduzindo diferenças de interpretação entre estados e municípios.
Facilidade para aplicação de penalidades em caso de inconsistências — já que o sistema permitirá identificar erros de forma automatizada.

A DERE será o canal oficial de comunicação entre as empresas de regimes específicos e o Fisco no ambiente da Reforma Tributária.

No próximo bloco, você verá quais setores serão obrigados a entregar a DERE e por que estão no foco do novo modelo fiscal.

Quem será obrigado a entregar a DERE e por que esses setores estão no foco do Fisco

A DERE foi criada para acompanhar com mais precisão os setores que, mesmo com a Reforma Tributária, permanecem em regimes diferenciados.

São atividades que, por sua natureza, não se enquadram no modelo padrão da CBS e do IBS e que movimentam operações de alta complexidade fiscal.

Esses setores estão no foco do Fisco por três motivos principais:
1️⃣ Alto impacto na arrecadação tributária — São atividades que concentram grande volume de recursos e tributos.
2️⃣ Complexidade e particularidades nas operações — O que torna mais difícil o acompanhamento por meio das declarações tradicionais.
3️⃣ Histórico de riscos fiscais e disputas — Muitos desses setores acumulam litígios e questionamentos sobre obrigações acessórias e recolhimentos.

Os principais segmentos que precisarão cumprir a DERE incluem:

  • Instituições financeiras (bancos, corretoras, seguradoras)
  • Planos de saúde e operadoras
  • Jogos e apostas eletrônicas
  • Mercado imobiliário (venda, locação, incorporação)
  • Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs)
  • Administração de fundos de investimento
  • Setor agropecuário familiar

Todos esses setores terão que ajustar seus processos, dados e sistemas para atender à nova obrigação.

No próximo bloco, você verá quando a DERE começa a valer e por que o prazo para adaptação é mais curto do que parece.

Quando a DERE começa a valer e por que o prazo para adaptação é mais curto do que parece

A obrigatoriedade da DERE está prevista para janeiro de 2026, coincidindo com o início da vigência da CBS e do IBS no novo modelo tributário.

Porém, na prática, o prazo para adaptação é muito mais curto.

Isso porque:

Os testes e homologações começam já em 2025. As empresas precisarão se envolver ativamente nos pilotos, ajustes de sistemas e validação dos dados antes da obrigatoriedade formal.

A revisão dos sistemas (ERP, fiscal, contábil) leva tempo. Ajustar parametrizações, revisar cadastros e garantir integração entre áreas não é um processo que se resolve nos últimos meses.

O treinamento das equipes precisa ocorrer antes da virada. Contábil, fiscal, jurídico e TI terão de operar em sintonia no novo modelo.

Qualquer atraso na preparação aumenta o risco de inconsistências e penalidades logo no início do novo regime.

No próximo bloco, vamos detalhar o que muda para sua empresa na prática e os riscos concretos de não se preparar agora.

O que muda na prática e os riscos de não se preparar para a DERE

A implementação da DERE não representa apenas mais uma obrigação burocrática.

Ela exige transformações reais na rotina fiscal, contábil, operacional e tecnológica das empresas.

Veja o que muda na prática:

Nova estrutura de dados fiscais
Os dados precisarão ser padronizados, integrados e consistentes. Informações que antes ficavam dispersas em diferentes declarações agora serão validadas em um único canal, aumentando o risco de inconsistências aparecerem automaticamente.

Revisão de cadastros e sistemas (ERP, fiscal, contábil)
Será necessário ajustar códigos, classificações e processos para que o envio dos dados seja correto e atenda ao novo formato exigido pela Receita.

Treinamento e integração das equipes
Contábil, fiscal, TI e jurídico terão que trabalhar de forma alinhada. O volume e a complexidade dos dados exigem sincronia.

Ajustes nos processos internos e maior rigor documental
A rastreabilidade será total. Documentação incompleta ou processos desalinhados vão gerar inconsistências automaticamente detectadas.

Maior exposição a penalidades
A Receita terá condições de cruzar dados em tempo real. Inconsistências, omissões e atrasos serão mais facilmente identificados, elevando o risco de autuações e glosas.

No próximo bloco, vamos mostrar os principais desafios técnicos na implantação da DERE e o que aprendemos com outras obrigações digitais como SPED e eSocial.

Desafios técnicos na implantação da DERE e lições aprendidas com outras obrigações digitais

Implantar a DERE vai exigir muito mais do que cumprir um novo prazo.

Os desafios técnicos são complexos e já conhecidos por quem viveu outras transformações fiscais como o SPED, a Reinf e o eSocial.

Principais desafios na implantação:

Integração de sistemas (ERP, fiscal, contábil, TI)
A DERE vai exigir que informações de diferentes áreas sejam consolidadas e enviadas de forma coerente. ERPs desatualizados ou mal integrados tendem a gerar falhas de transmissão e inconsistências nos dados.

Padronização e consistência dos dados mestres
Cadastros de clientes, fornecedores, itens, serviços e contratos precisarão ser revisados. Inconsistências nesses dados vão gerar erros em cadeia.

Parametrização fiscal adequada
Será necessário ajustar códigos, naturezas de operação, regimes e regras fiscais no sistema. O menor erro nesse ajuste pode gerar autuações automáticas.

Capacitação do time e alinhamento entre áreas
Os dados da DERE vão depender de processos que envolvem contabilidade, fiscal, TI, jurídico e até áreas operacionais. Sem alinhamento, o risco de erro cresce.

O que aprendemos com SPED, Reinf e eSocial:

✅ Quem deixou para se ajustar na última hora sofreu com autuações, inconsistências e retrabalho.
✅ Processos manuais e ajustes emergenciais geraram custos altos e perda de eficiência.
✅ Empresas que mapearam os riscos e ajustaram sistemas e processos com antecedência conseguiram ganhar eficiência e reduzir exposição fiscal.

No próximo bloco, vamos apresentar um checklist prático do que as empresas precisam revisar agora para a DERE.

Checklist prático: o que sua empresa precisa revisar agora para a DERE

Para evitar os erros das transições fiscais anteriores e chegar preparado a 2026, o ideal é começar imediatamente.

Este checklist inicial ajuda sua empresa a organizar as primeiras etapas:

Mapeamento dos dados e cadastros mestres

  • Revise e valide cadastros de produtos, serviços, clientes e fornecedores.
  • Verifique se os códigos e classificações atendem ao novo padrão exigido.

Análise de impacto nos sistemas

  • Avalie a necessidade de atualização ou parametrização do ERP e de outros sistemas fiscais e contábeis.
  • Planeje integração entre os sistemas e áreas que vão gerar os dados da DERE.

Revisão de processos e controles internos

  • Identifique processos que precisam ser ajustados para garantir a qualidade e a consistência das informações enviadas.

Capacitação das equipes

  • Planeje treinamento para contábil, fiscal, TI, jurídico e áreas operacionais que fornecem dados ao sistema.

Cronograma interno de preparação

  • Estabeleça um cronograma realista que contemple testes em 2025, ajustes técnicos, treinamento e revisão de processos.

Como a Solutta apoia sua empresa na preparação para a DERE e os próximos passos

A adaptação à DERE é um projeto estratégico que exige visão integrada, tecnologia e método.

A Solutta apoia sua empresa em todas as fases desse processo:

✔️ Mapeamento de regimes específicos e obrigações atuais, com cruzamento de dados fiscais e operacionais;
✔️ Análise de impacto do novo modelo da DERE na rotina da empresa e no relacionamento com o Fisco;
✔️ Apoio na estruturação dos dados e revisão de processos internos, para garantir compliance e minimizar riscos de glosas e autuações;
✔️ Planejamento tributário integrado ao novo modelo fiscal, com visão estratégica da Reforma Tributária;
✔️ Tecnologia de BPO contábil e fiscal, integrada às demandas da DERE, para simplificar a gestão e aumentar a segurança das informações.

A Solutta já está à frente, com soluções práticas para ajudar você a atravessar essa fase de transição com clareza, controle e redução de riscos.

👉 Próximo passo?
O ideal é iniciar agora o diagnóstico técnico e o planejamento de adaptação. Isso permite agir com calma, reduzir riscos e transformar a obrigação em oportunidade de eficiência e maior segurança fiscal.

Entre em contato com a Solutta para entender como estruturar esse projeto na sua empresa!