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As Entrelinhas da Reforma Tributária

A Reforma Tributária foi oficialmente promulgada no fim de 2023 pela Emenda Constitucional nº 132, e seu processo de regulamentação já começou com o Projeto de Lei Complementar nº 68/2024.

A promessa: substituir cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) por três novos (CBS, IBS e IS), com o objetivo de simplificar o sistema, reduzir distorções e tornar a tributação mais eficiente.

Mas na prática, o que está sendo construído é um novo modelo de apuração e recolhimento, com lógicas diferentes, regras inéditas e efeitos concretos sobre precificação, emissão de notas fiscais, gestão de créditos e planejamento tributário.

“Simplificou? Pra quem?”

Essa pergunta ganha força à medida que surgem termos como Split Payment, cashback tributário, Nova Tabela de Bens e Serviços (NBS) e mudanças nos responsáveis pelo recolhimento — exigindo adaptações profundas, especialmente no setor varejista.

Este artigo foi escrito para ir além do discurso oficial.

Aqui, você vai entender:

Nos próximos minutos, você terá clareza sobre o que realmente importa, antes que os efeitos apareçam no seu caixa.

Boa leitura!


A propaganda e a realidade: o que realmente muda

A Reforma Tributária aprovada pela Emenda Constitucional nº 132/2023 propõe uma reestruturação profunda na tributação sobre o consumo.

O que está sendo vendido como “simplificação” é, na verdade, uma mudança de paradigma.

O que sai de cena:

O que entra no lugar:

Na prática, são eliminados tributos com sistemas distintos de cálculo, competência e regras de crédito, e instituídos dois IVAs com estrutura coordenada (CBS e IBS), além de um novo tributo monofásico seletivo (IS).

Mas essa não é uma simples troca.

É uma nova lógica de funcionamento do sistema tributário, com pelo menos quatro grandes mudanças estruturais:

1. Cobrança no destino

A regra muda: não importa mais de onde sai a mercadoria ou o serviço, e sim para onde vai.

Isso impacta diretamente empresas com operações interestaduais, especialmente no varejo, onde a pulverização de clientes em todo o país é comum.

Para o varejo, isso significa:

2. Crédito financeiro integral

O novo modelo elimina as travas e restrições de creditamento existentes no sistema atual, adotando a lógica do crédito financeiro pleno.

Parece bom — e é — mas traz um desafio: mudar os sistemas internos para refletir esse novo mecanismo, que passa a ser por fora e uniforme, sem exceções.

3. Split Payment

A responsabilidade pelo recolhimento pode deixar de ser do vendedor e passar para o comprador ou para a plataforma de pagamento. 

No varejo, isso impacta diretamente:

4. Nova Nomenclatura Brasileira de Serviços (NBS)

A nova classificação substitui os códigos atuais (como NCM e CNAE) em vários pontos e altera a forma de identificar o que está sendo vendido.

O problema é que muitos produtos e serviços mudam de faixa de tributação conforme essa nova tabela, o que pode:

📌 Importante para quem já é cliente Solutta:Empresas com BPO contábil Solutta já estão sendo mapeadas individualmente para adequação.
Isso inclui revisão da tabela de produtos e serviços, adaptação do sistema fiscal, ajustes no cálculo do preço final e orientações para contratos e emissão de notas fiscais.
📌 Para quem ainda não tem esse acompanhamento:Será preciso promover um alinhamento fino entre contabilidade, fiscal, tecnologia, jurídico e operações — sob risco de recolher errado, perder crédito e sofrer penalidades severas.

Os 5 pontos que ninguém está explicando direito

A promessa da Reforma é simplificação.

Mas, entre os dispositivos aprovados e o que já consta nos projetos de regulamentação, surgem camadas técnicas que têm passado despercebidas em muitos materiais de imprensa, palestras e conteúdos corporativos.

A seguir, listamos cinco pontos críticos que podem afetar diretamente o planejamento fiscal, o fluxo de caixa e a operação de empresas, especialmente no varejo.

1. Split Payment: o dinheiro não entra mais do mesmo jeito

Pela lógica do pagamento fracionado, parte do valor pago pelo cliente pode ser retida automaticamente para pagamento do imposto, sem sequer passar pela conta do vendedor.

A Receita Federal — ou um sistema centralizado — pode recolher o tributo diretamente da transação.

No varejo, isso muda o jogo de forma concreta:

2. Nova Tabela NBS: não é só um nome novo

A substituição da NCM/SERVIÇOS pela Nova Nomenclatura Brasileira de Bens e Serviços (NBS) parece um ajuste técnico.

Mas, na prática, isso muda a classificação fiscal de milhares de produtos e serviços.

O problema é que cada nova classificação pode implicar em:

Empresas que não reclassificarem corretamente seus itens podem recolher a mais — ou a menos — e sofrer autuações por isso.

3. Responsabilidade pelo recolhimento: quem paga não é mais quem vende

Um dos pontos menos comentados da Reforma é a mudança da figura do contribuinte em certas operações.

A depender do tipo de transação, o imposto pode ser recolhido:

Isso exige:

4. Fundos de compensação e transição: o custo pode recair no seu preço

Para compensar perdas de arrecadação de estados e municípios, a Reforma cria fundos complexos — como o Fundo de Desenvolvimento Regional e o Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais.

Na teoria, isso mantém equilíbrio federativo.

Na prática, cria pressão por aumento de alíquotas, além de riscos de judicialização e distorções regionais.

Empresas com atuação nacional, como grandes redes varejistas, devem:

5. Cashback e regimes específicos: a exceção virou regra

A previsão de cashback para famílias de baixa renda, regimes especiais para profissionais liberais, incentivos para produtos específicos e zonas de exceção (como a Zona Franca) fragmentam a promessa de uniformidade.

O resultado?

⚠️ ALERTA PARA QUEM NÃO TEM BPO FISCAL SOLUTTAIdentificar e interpretar corretamente todos esses pontos requer equipe técnica multidisciplinar e atualização constante. Sem esse apoio, é fácil tomar decisões baseadas em premissas antigas e só perceber o erro quando o Fisco bater à porta.

Impactos no dia a dia do varejo

O varejo é um dos setores mais sensíveis à Reforma Tributária — e, ao mesmo tempo, um dos menos preparados para os ajustes operacionais que ela exige.

A promessa de simplificação esbarra, na prática, em mudanças profundas na formação de preço, estrutura de sistemas e cálculo fiscal

Veja os principais pontos:

Formação de preço: o cálculo muda

Com a nova lógica de cálculo “por fora”, os tributos passam a incidir sobre o valor da operação antes dos impostos — e não embutidos no preço, como era comum no ICMS e ISS.

Além disso:

Isso força empresas a recalcular preços, revisar margens e reavaliar competitividade entre regiões — algo crítico para redes com atuação nacional.

 Adaptação de sistemas: do PDV ao ERP

Toda a estrutura digital que sustenta o varejo precisa de ajuste:

Sem essa atualização, erros operacionais se tornam inevitáveis — e caros.

Contratos e operações complexas

Quem não adaptar seus instrumentos jurídicos, corre risco de repassar tributos de forma errada e se tornar responsável solidário.

Glosa de crédito: o erro invisível

Com a nova regra de crédito financeiro, qualquer erro de classificação ou lançamento pode levar à glosa do crédito — ou seja, ele é desconsiderado pela fiscalização.

E como o sistema será digital e integrado, os cruzamentos são automáticos.

Pequenas falhas geram autuações, juros e multas — e tudo isso sem aviso prévio.

Exemplo prático: prejuízo por falta de atualização

Imagine uma rede de lojas de cosméticos que atua em 3 estados.

Após a entrada em vigor da nova tabela NBS, não reclassificou seus produtos no sistema.

Na primeira apuração sob as novas regras, os créditos de IBS foram glosados — porque os códigos usados estavam errados.

O resultado: prejuízo de R$28 mil em um único mês.

E isso sem contar o retrabalho, a autuação e o desgaste contábil.

📌 Clientes com BPO Contábil Solutta já estão sendo orientados sobre:Reclassificação de produtos na nova NBS;

Ajustes nos sistemas fiscais e PDVs;

Revisão contratual em cadeias de venda complexas;

Boas práticas para lançamento e apropriação de crédito fiscal.

O que a Solutta já está fazendo para seus clientes de BPO

Enquanto muitas empresas ainda tentam entender os impactos da Reforma, os clientes com BPO contábil da Solutta já estão sendo preparados com ações concretas e antecipadas.

Nosso foco está em reduzir riscos, garantir conformidade e identificar oportunidades de ajuste e economia real.

Veja o que já está sendo feito na prática:

 Mapeamento tributário detalhado

Revisamos todos os cadastros de produtos e serviços, realizando:

Tudo isso para evitar glosa de crédito, erro de lançamento e autuações futuras.

 Análise contratual e societária

A nova sistemática fiscal afeta mais do que a nota fiscal. Ela exige:

Essa revisão jurídica e estratégica já está em andamento para nossos clientes de BPO.

Planejamento de adaptação de sistemas

Desde os ERPs até os pontos de venda, estamos orientando empresas na:

O objetivo é evitar falhas operacionais quando os novos tributos entrarem em vigor.

 Acompanhamento técnico da regulamentação complementar

Com a promulgação da Emenda Constitucional, o foco agora está nas leis complementares.

A equipe da Solutta está acompanhando em tempo real:

Isso permite que nossos clientes antecipem ajustes, mesmo antes da obrigatoriedade prática, evitando improvisos de última hora.

📌 E quem ainda não tem BPO Solutta?
Esse é o momento de buscar apoio técnico qualificado.
Sem uma estrutura robusta de acompanhamento e execução, os riscos operacionais, fiscais e estratégicos se multiplicam a cada nova regulamentação publicada.

 Para quem ainda não se preparou: o que fazer agora

A promulgação da Emenda Constitucional e o avanço dos PLPs deixam claro: não há mais espaço para esperar regulamentações definitivas para só então agir.

Empresas que ainda não deram os primeiros passos precisam, no mínimo, cumprir as seguintes ações — sob risco de ver sua operação ser impactada em diversas frentes:

 1. Fazer um inventário fiscal e contratual completo

 2. Simular o impacto das novas alíquotas

 3. Revisar sistemas internos e parametrizações fiscais

 4. Monitorar os PLPs e regulamentações complementares

📌O volume e a profundidade das mudanças exigem preparação ativa! Mesmo empresas que contam com bons times internos ou parceiros externos precisam garantir que essa transição será feita com critério técnico e estratégico, nada de improvisação.

Você já está à frente

Se você chegou até aqui, está em vantagem.

Enquanto muitos ainda tentam entender o básico, você já tem clareza sobre os pontos mais críticos da Reforma — e sabe que cada um deles pode afetar sua margem, seu fluxo de caixa e seus processos.

Essa é a diferença entre ser surpreendido e se antecipar!

Se o conteúdo foi útil, compartilhe com quem também precisa se preparar.

A Solutta está à disposição para apoiar empresas que queiram fazer essa transição com segurança e estratégia, especialmente quem ainda não possui um BPO contábil bem estruturado.

Conte conosco!

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